segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Show do Pearl Jam em São Paulo com Raios e Chuva!




14 de Novembro
Turnê 2015 dia #10, São Paulo dia #4




Dia de show do Pearl Jam!

Apesar de ser dia de show, resolvemos na noite anterior que iriamos aproveitar a parte da manhã para fazer alguma coisa ‘diferente’, os dias em São Paulo definitivamente não estava combinando nem um pouco com a nossa veia turística.
Olhei agora os horários em que as fotos foram batidas e vi que as 10 horas da manhã estávamos na estação Butantã do metrô, as 11 estávamos tomando o café da manhã no Mercado Municipal – já falei antes e volto a repetir: o Pablo deve ter adora a estadia gastronômica em São Paulo :)
fizemos a tour pela ‘25 de Março’ como todo e qualquer bom louco por compras e antes das 13:00 horas já estávamos em casa novamente.



O Show




Chegamos as 3 da tarde no estádio do Morumbi. Lá no início das nossas organizações para os shows (depois que descobrimos que Pablo poderia sim entrar no show da Argentina), quando decidimos que no show de São Paulo Eu iria só e Adelana e Pablo ficariam em casa, não imaginávamos que teríamos uma amiga em uma pousada no mesmo quarteirão do estádio. E o melhor: de lá dava para ouvir o som da banda e ver parte da arquibancada.
Após estacionar o carro, por uma bagatela de 100 reais, fomos direto na pousada que Luzia e Gloria estavam (Luzia e Gloria são do Rio de Janeiro e estavam conosco em Buenos Aires) e de lá acompanhamos uma minúscula passagem de som da banda.
Adelana e Pablo ficaram, Eu segui para o estádio com Danilo, Luzia e Gloria.




O Sol naquela tarde estava derretendo qualquer cuca tranquila. Engraçado é que nos 6 shows que fui até então (falta incluir Brasília a essa contagem), tirando Buenos Aires 2013 (que fomos no fim da tarde) nenhum outro aliviou com o calor na hora da chegada, e olha que nessa lista incluo Curitiba, que é historicamente fria.  A entrada no estádio foi tranquila e apesar das filas longas, nada de apertos ou empurrões. Lá dentro a expectativa tradicional disfarçada/fantasiada de fotos do palco, cerveja que se vai em 3, 4 goles, o senta e levanta insistente, a bexiga que enche quando o palco já está montado e som chegado, a boa conversa com estranhos que, igualmente a você, estão em terras estranhas.



Não houve banda de abertura no show de São Paulo (diferente de Buenos Aires).
A banda subiu ao palco as 20:45 (45 minutos de atraso) e as 3 primeiras músicas (tradicionalmente calmas) foram daquelas que você não imaginava que poderia rolar ou fazem parte daquelas que você as adiciona em um set list imaginário. ‘Long Road’ abriu o show (essa é uma das músicas incríveis do Pearl Jam que NÃO estão em nenhum cd oficial) e por uma – feliz - coincidência de datas, em 2013, quando também assisti ao show em São Paulo sem a Adelana, imaginei cantando o refrão dessa música: ‘I have wished for so long, how i wish for you today’ (‘Eu desejei por tanto tempo, como Eu desejei por você hoje”), pois naquele ano a música não veio, e agora, tudo se repete e a música toca na abertura do show :)

Em seguida mais uma com o carimbo ‘Lado B’ de qualidade ( Of The Girl) para em seguida surgir uma das ‘top 5’ quando o assunto é ‘Meu set list preferido’: ‘Love Boat Captain’.


Sensação bacana a de quando você entende claramente o que uma música quer passar, e essa ‘explicação’ não vem de você ou outro alguém, mas sim de quem a escreveu – e o melhor de tudo é que aquilo explicado é justamente o que você entendeu quando a ouviu pela primeira vez.
Antes de LBC ser tocada naquela noite, Eddie Vedder leu um texto (em português) relatando o os tristes episódios promovidos por terroristas no dia anterior em Paris, várias pessoas foram assassinadas em um massacre às escuras, onde qualquer um poderia ser o alvo... e enquanto ele discursava, Eu imaginei que a música a seguir poderia ser Love Boat Captain, e foi o que aconteceu.
LBC fala abertamente de amor, e relembrando uma tão famosa música dos Beatles, uma das frases marcantes de Love Boat Captain diz: “Isso já foi cantado, mas nunca é demais dizer, tudo que precisamos é de Amor”. Além de eleger o Amor como algo a que todos devem acreditar, LBC também carrega em seus versos a lembrança do pior episódio na carreira do PJ, quando 9 fãs morreram esmagados no início de um show da banda na Dinamarca (em 2000). A letra diz mais ou menos assim: ‘É uma arte conviver com a dor, mistura de luz e cinzas, perdemos 9 amigos que nunca conheceremos, 2 anos atrás. E se nossas vidas se tornarem longas demais, isso nos fará sentir mais culpa?’ (no show de SP, Vedder trocou o ‘9 amigos’ e ‘Dois anos atrás’ por ’90 amigos’ e ‘Hoje, de novo’, deixando claro a dedicatória da música para as vítimas em Paris.

Sobre os ‘9 amigos que nunca conheceremos’, vejo o quanto foi bem colocado a palavra ‘amigo’ ao invés de ‘fãs’, pois é fascinante a maneira como os fãs do Pearl Jam ao redor do mundo se comunicam/entrelaçam/convivem. Seja em uma simples, mas segura dica pela cidade a que o fã distante vai visitar, seja no estar ao dispor de ajudar a apresentar lugares ou comprar a briga com uma empresa situada em seu país que não quer entregar o ingresso a um fã estrangeiro, seja sentar no bar e rir ao aprender palavras de outro idioma ou do sotaque diferente do seu próprio país, seja ao comprar de outro fã, mesmo com risco de ser enganado, o ingresso de um show que você vai em outro continente... tudo isso acima só é possível porque a palavra usada não deve ser taxada simplesmente de ‘fã’, mas sim ‘amigo’.



Vídeo do youtube, Love Boat Captain com discurso do Eddie no início

Para Adelana :)

Voltando ao show... após as 3 baitas músicas, vem uma sequência matadora de 7 músicas para levantar todo mundo, entre elas: ‘Hail, Hail’, com seus versos que foram parar nas costas da Adelana :) que pena não termos conseguido ouvi-la mais uma vez juntos, como foi em Buenos Aires 2013.

Após as 10 primeiras músicas, surge ‘Lightning Bolt’... e aqui o show toma um outro rumo.

‘Lightning Bolt’, que fala em um raio que vem das alturas procurando um lugar para pousar, parece que fez com que alguém no céu entendesse o recado e raios (trovões, vento forte e chuva) surgiram inexplicavelmente durante o rolar da música. Foi algo quase que surreal e a concordância com que tudo estava acontecendo parecia cena de filme. O vento forte fez com que os canhões de luzes suspensas que eram controlados por pessoas ou o grande painel atrás do palco fossem perigosamente movimentados de um lado a outro. Resultado? Os operadores dos canhões desceram e o painel foi desmontado. Isso tudo demorou uns 10 minutos (ou mais), durante esse tempo a chuva veio com força (vale lembrar que no primeiro show que Lightning Bolt foi tocada, em Chicago 2013, o show foi paralisado por infinitas 2 horas por causa dos raios daquela noite).
A chuva deu uma trégua, a música Eldery Woman Behind The Counter in a Small Town foi adicionada ao set list, com o Ed a tocando apenas no violão enquanto a produção cobria alguns instrumentos.

 
Vídeo do youtube. Repare no raio aos 1:36 e no vento que levanta o painel aos 2:07

A partir dali o show seguiu, mas as músicas estavam mais ‘colocadas’ umas nas outras. Vale lembrar que shows no estádio Morumbi tem hora marcada para acabar por causa de problemas antigos na região. No caso, some aí a questão do show ter começado atrasado (20:45 horas), mais a parada para manutenção/proteção dos equipamentos e uma banda que insiste em tocar por 3 horas, chegaremos facilmente ao limite estabelecido por lei no local: meia noite!

Além das músicas que resolvi dar um destaque acima, não posso deixar de citar ‘I Am Mine’, à sequência repetida de Buenos Aires: ‘Footsteps’ e ‘Imagine’ (John Lennon). E lamentar o corte de ‘Indifference’ do set list original.

Diferente do show de 2013 na mesma São Paulo, esse de 2015 foi muito melhor. Infinitamente melhor. Aqui algumas canções me arrancaram lagrimas, sendo que eu nem preciso citar quais foram, basta ler o texto.
E mais uma vez senti a falta da Adelana, da mesma forma que em 2013.




Fim de show mais uma vez. Me encontrei com o Paulo, tomamos uma cerveja enquanto saiamos do estádio e relembrávamos uma ou outra situação do show.
Saí feliz do estádio, como em todos os outros shows do Pearl Jam e parece que essa é uma ‘sina’. A sensação que tenho é que em apenas alguns shows musicais você consegue se divertir mesmo que não conheça muito a banda e acredito que o Pearl Jam seja uma dessas.


Hora de ir embora, em 3 dias teríamos mais um show pela frente, dessa vez seria em Brasília, e o melhor: Adelana iria também \o/






Set List, Poster, Aúdio e Playlist do show para ouvir


Nesse set list rolou algumas mudanças, Indifference foi riscada (literalmente)  e Setting Forth foi esquecida, contra isso, 'Small Town' e All Long The Watchtower (Bob Dylan) foram adicionadas, mas não estão incluídas na foto oficial. Ao todo foram 33 músicas.  





Estranho. Confuso. Bonito. Tudo isso ao mesmo tempo. Vai pra moldura!


Sobre o Aúdio original do show, em breve link para download :)


Abaixo um playlist que criei no Spotify com as músicas que rolaram no Morumbi. Vale lembrar que Imagine (John Lennon) e All Long The Watchtower (Bob Dylan) estão com versões originais \0/








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