Por Tarso Marques
Se o
primeiro dia da turnê foi o do reencontro e fim da
ansiedade... e o
segundo, se transformou em um ‘encontro de amigos’ onde velhas
músicas são redescobertas do fundo do
hd, o terceiro e ultimo dia de show (em
SP) acabou sendo o da amizade, do olho no olho, do compartilhar sentimentos e
presentes... enfim, a trilogia perfeita.
O dia naquela quinta-feira (8 de Maio) começou um pouco mais
tarde...ou melhor, saímos do hotel um pouco mais tarde. Tudo por conta do incrível
dia (mais um!) anterior. Parando agora pra escrever sobre esse dia, olhei as
fotos da parte da manhã para relembrar um pouco de como foram as horas
pré-show... olhei e relembrei tudo, vamos lá ao resumo?

A primeira foto foi tirada justamente ao meio dia, no cruzamento
das Ruas Oscar Freire e Augusta. Rua Oscar Freire... por causa de uma serie de
Tv (
Oscar Freire 279 , que conta a história de uma acompanhante de luxo), essa
rua acabou entrando nos destinos pretendidos pela Adelana. E que bom que a tal
rua ficava apenas a duas quadras do hotel... fomos até o endereço e descobrimos
que ele não existe :( na verdade o numero 279 não existe.
Da
Oscar Freire fomos ao
Museu do Futebol, que fica no
estádio do Pacaembu. O lugar é um verdadeiro colírio pros olhos dos amantes do
futebol. Escudos e bandeiras de diferentes clubes do Brasil estão espalhados
por vários locais. Um verdadeiro
hd de memorias está disponível para os
visitantes, diversos gols históricos disponíveis, com depoimentos gravados por
personalidades do assunto estão lá, com a ajuda da tecnologia. Por falar em
tecnologia, não posso esquecer a verdadeira ‘maquina do tempo’, com imagens de
fatos importantes no Brasil e no Mundo desde a primeira Copa até os dias
atuais.
Detalhe para a nossa visita ao Museu do Futebol...
A visita custa 6 reais a cada visitante, mas justamente no
dia em que fomos a entrada era 'de grátis' e quando estávamos andando por dentro
do Museu, achei no chão uma nota de 10 reais \0/
De lá, usamos os 10 reais que surgiu sob nossos pés com um
táxi e fomos até o shop Frei Caneca, para almoçar no
OutBack (mais um destino
da Adelana). A pedida:
Bloomin’ Onion (ou Gigante Cebola Dourada, para os
íntimos) e
Ribs On the Barbie (Costela de Porco com molho barbecue) foi algo
que deve ter me levado a cometer um dos 7 pecados capitais...ou não. Uma
delicia que deve ser incentivado a outras pessoas que tenham a oportunidade de
conhecer. Recomendo ;)


Após o gozo de ter comido divinamente bem (sem segundas
intensões, por favor), voltamos umas 4 quadras até a Av Paulista. Quando
chegamos na ‘Paulista’, descobrimos que estava rolando uma manifestação (!)
nela. Algumas pedras foram jogadas perto da esquina em que estávamos, carros da
policia a postos. Av Paulista parada! Atravessamos a avenida, nenhum carro,
apenas alguns skatistas que aproveitavam o trânsito zero para poder brincar de
levantar o skate pra cima e depois deixa-lo cair no chão (estranho...mas é
incrível como skatista não tem cuidado com os skates tsc...tsc...tsc).
Chegamos ao hotel 4 da tarde.
Durante a volta ao hotel pós ‘Paulista’, Danilo nos enviou
mensagem falando que já estava liberado do trabalho. Uma hora mais cedo(!)
O combinado para aquele dia seria o Danilo (que não iria ao
show) pegar Sandro e Dani (Casal de Maringá) na Paulista as 5 e logo em
seguida, Eu e Adelana na Av 9 de Julho... como o Danilo saiu bem mais cedo,
tanto nós ainda estávamos indo pro hotel, como Sandro e Dani também. O casal de
Maringá estava mais distante ainda. Mesmo assim Danilo, com sua calma típica de
baiano, resolveu esperar. Eles nos pegaram as 5.

Durante o percurso hotel-citibank hall, Danilo nos falou que
a manifestação do dia era justamente contra a área em que ele trabalha e que a
empresa ‘dele’ estava no ‘percurso’ dos manifestantes. Resultado: todos os
funcionários liberados.
Danilo nos deixou no bar/restaurante (sem cardápio) vizinho
ao Citibank. Entre uma cerveja e outra, resolvemos os 4 que naquela noite
iriamos ficar após o show até o Eddie sair.

Igualmente a noite anterior, o bar encheu rápido. Pessoas
com vários sotaques diferentes em uma grande mesa, a conversa nem sempre girava
em torno da música, quase sempre tinha algo haver com as cidades natais. A
nossa Fortaleza sempre era recebida com surpresa, por ser um lugar distante pra
ser deixada pra trás por causa de um show... e logo se transformava, após a
admiração da coragem nossa, no lugar dos sonhos das férias imaginarias.

Pouco antes de 8 da noite entramos no Citibank Hall, dessa
vez Eu e Adelana iriamos ficar na parte Vip (por coincidência, o Casal de
Maringá também). Antes de o show começar, percebemos o quão é perto a primeira
fileira do palco (nós estávamos na fileira de letra ‘E’...quer dizer, existiam
4 fileiras entre nós e o palco). A visão, obviamente bem melhor que as dos dias
anteriores, porém a cadeira deixava a desejar
:(
Glen Hansard no palco. Como nas noites anteriores,ele foi
bem simpático e com um repertorio bacana. Glen faz o tipo de show que até quem
não conhece suas músicas curte o tempo ‘gasto’. Ele agradeceu bastante ao publico
pela recepção e respeito, falou também sobre o transito caótico e dos loucos
motoqueiros que passam em alta velocidade nos ‘corredores’ que se formam entre
um carro e outro.
Eddie no palco. As conversas e piadas se repetiam
fluentemente. Ao meu lado, uma garota que parecia estar em uma aula de inglês,
tudo que ela ‘respondia’ ao Ed era em inglês... tipo... se você quer que ele te
escute, você tem que gritar, e claro, falar em inglês. Mas se você apenas o
responde baixo, quase que pra si mesmo, por que em inglês?
O show foi rolando normalmente, as musicas ‘novas’ iam
surgindo vez por outra. Por falar em música nova, Vedder tocou uma música que
deve estar em um álbum próximo.
Mais uma vez o show foi se transformando em algo bem
familiar/próximo, as conversas com a ‘Voz de Deus’ continuavam também. ‘Voz de
Deus’??? bom...nos últimos textos citei a história de uma voz forte, alta e bem
definida que vez por outra surgia na multidão. Eddie a batizou de ‘Voz de Deus’
e de vez em quando o próprio Ed perguntava onde estava a voz. Nessa noite,
Vedder convidou a ‘Voz de Deus’ para ir ao palco e cantar junto com ele a
música do The Clash... porém o dono da Voz, que estava em uma das plateias mais
altas, desceu as escadas em disparada em direção a parte do citibank em que não
dava pra ver o show (parte de banheiros e alimentação que fica atrás das
arquibancadas) e não conseguiu convencer os seguranças, que estavam naquela
área, que o cantor o estava chamando para ir ao palco...
Em meio a isso tudo...todos na plateia ficavam em silencio,
esperando a Voz se pronunciar e ser visto. Mas não foi. Aproveitando a
oportunidade, um outro fã foi até o palco e conseguiu subir e cantar.
Pronto... aqui nesse ponto do texto vou resumir as
experiências desses dois personagens: o dono da ‘Voz de Deus’ e do Sergio, o fã
que subiu ao palco.
Sergio, mais conhecido como Sergio Vedder, é vocalista de
uma
banda cover do PJ, além disso ele também se apresenta como cover solo do
EV. No mundo jammer brasileiro, ele é bastante conhecido. Enfim... Sergio subiu
ao palco e cantou muito bem
Should stay Or should i Go? E realizou um sonho que
ele deve ter desde sempre... no fim daquele noite, Sergio esperou a saída do Ed
e o entregou alguns cd´s, informativos e nome da pagina dele na web. Adiantando
o tempo e chegando ao show no Rio (que eu não fui), Ed avistou o Sergio na
plateia e o chamou ao palco. Vedder se lembrou do nome do fã, o mandou sentar
no palco, falou que nunca tinha conhecido alguém como Sergio (que se veste e
tem guitarras iguais as do Ed) e lhe presenteou com o pedestal e microfone que estava
usando. Sergio desceu do palco e acho que até hoje as pernas dele devem estar
balançando.
A ‘Voz de Deus’, havia perdido a oportunidade em São Paulo,
mas
Victor Sorriso, dono da Voz, também ia ao show do Rio...e lá ele protagonizou
uma das imagens mais compartilhada por fãs do PJ ao redor do mundo. No Rio ele
foi mais uma vez convidado a subir ao palco e dessa vez tudo correu bem, ele
cantou a musica do
The Clash com Ed e no fim, fez a
selfie que todo fã jammer
sonha em fazer :)
Voltando ao terceiro show de São Paulo...
Além do Sergio no palco, Ed falou sobre um casal que havia
se tornado noivos na noite anterior e eis que o casal estava de novo nesse dia
(e na fileira atrás da nossa) e logo se levantaram, foram vistos pelo Vedder e
convidados a subirem ao palco. Ed os dedicou uma musica.
O show, mais uma vez conseguiu ser inesquecível, trazendo em
mente varias boas recordações e sentimentos do bem. Pablo, de novo, foi sentido
a falta ao nosso lado, mas se Deus quiser numa próxima ele vai estar!
O pós-show dessa vez foi bem mais longo, estávamos os 4 -
Eu, Adelana, Sandro e Dani – dispostos a aguentar o frio interessante que
estava fazendo naquela madrugada e esperar junto a uns outros 60 loucos pela
saída do Eddie.
No dia seguinte Eu e Adelana tínhamos em mente uma ida
básica ao Museu do Ipiranga (que acabamos não indo, fomos a outros lugares) e o
Casal de Maringá iria cedo ao aeroporto e voltar pra casa... quer dizer, ficar
ali, na saída do Citibank junto a outros tantos, jogando conversa fora e
esperando o Ed, acabava sendo uma atração a mais ;)
Vedder vem conversando com alguns e sorrindo pra todos. Quando
enfim ele chegou junto a gente, o mostrei a camisa que nós tínhamos feito pra
ir ao show, ele sorriu e disse: ‘Nice!’, eu falei que era pra ele...nesse momento
um filha da puta se joga a frente e fala algo e tira a atenção do Ed. Em meio a
essa confusão, Vedder avista Sandro e Dani que estavam ao meu lado, aperta a
mão do Sandro e segue adiante.
É bobo e grandioso isso tudo. Por mais que eu escreva sobre
isso, assim como foram os breves segundos em
Buenos Aires que também ficamos
perto do Ed ou em
Curitiba (2005) que Mike autografou em um pedaço pequeno de
papel, não vou chegar a uma conclusão sensata sobre isso. É algo bom? É, me
sinto bem e fico feliz quando lembro de tudo. É bobo? Olhando friamente, e
esquecendo que ali rola sentimentos, é sim.
Já ganhei algo com essas três experiências? Sim. E muito!
Isso é fato.
No fim de tudo, acho que algumas pessoas dão pouca
importância a coisas simples, que no fim de tudo são as que (também) valem a
pena. Viver é uma delas.

No caminho até o taxi, falei da infelicidade de não ter
ganhado nenhuma das varias palhetas que o Vedder vinha distribuindo...eis que o
Sandro olha pra mim e fala, com aquele sotaque de Paranaense: ‘
Cara, tenho no bolso
umas 4 palhetas que ele me entregou quando segurou a minha mão, uma delas é de
vocês’. No taxi foi cogitado Eu e
Adelana ficarmos com 2 palhetas e eles dois, com as outras duas...mas daí
lembramos do Danilo, e foi pra ele a quarta palheta :)
Alguns dias atrás, vi na pagina do Facebook do Milton
Nascimento uma foto dele com o Erasmo Carlos. Os dois estavam sorrindo na foto,
na mão do
Milton, uma palheta. A legenda dizia: ‘
fui assistir ao showzão do meu grande amigo Erasmo Carlos e fui presenteado com sua palheta antes do bis. obrigado Tremendão!’. Fiquei olhando a
foto e pensei que ele poderia simplesmente ter tirado a foto e pronto, mas algo
‘bobo’ o fez registrar a palheta conquistada.
É simples, é quase que sem valor
financeiro, é pequeno...a olhos que apenas veem, mas não enxergam.
Feliz demais por esses dias, feliz demais pelas amizades,
feliz demais pelos atos generosos e mãos estendidas, feliz demais pelo
reencontro breve contado em segundos.
Isso tudo foi: ‘Nice!’
Até a próxima, se Deus quiser!!!
P.s. Nos 3 shows foram tocadas 96 musicas, 63 diferentes :)
P.s. 2: O texto ainda vai ser atualizado com vídeos de Sergio Vedder e do Casal no Palco. Meu Pc está queimado, e é lá que estão esses vídeos :(
Abaixo, seti-list do show, link para baixar o aúdio do show gravado por mim via celular e (lindo) poster do show.
Set List show #3
01. Long Road
02. Brain Damage
03. Sometimes
04. Can’t Keep
05. Sleeping By Myself
06. Without You
07. You’re True
08. Broken Heart
09. Elderly Woman Behind The Counter In A Small Town
10. Love Boat Captain
11. Far Behind
12. Setting Forth
13. Guaranteed
14. Rise
15. Long Nights (com Glen Hansard)
16. Immortality
17. You’ve Got To Hide Your Love Away
18. Betterman
19. Just Breathe
20. Lukin
21. Porch
22. Sleepless Nights (com Glen Hansard)
23. Society (com Glen Hansard)
24. Falling Slowly (com Glen Hansard)
25. Should I Stay Or Should I Go? (com Sergio)
26. Better Days
27. Rockin’ In The Free World
Bis
28. Hard Sun (com Glen Hansard)
29. Dream A Little Dream Of Me